Alguns abriram esse texto com a intenção de descobrir quem é Danilo Alvim, outros estão aqui para saber mais sobre um grande jogador do Vasco. Mas, mais do que isso, esse texto tem a intenção de exaltar o maior volante da história do cruzmaltino.
Danilo Alvim iniciou sua carreira no América, sofreu duas sérias fraturas nas pernas e quase encerrou a carreira precocemente. Para o bem do futebol, o Príncipe deu a volta por cima, venceu as dificuldades e, após passar pelos times do América e Canto do Rio, chegou à São Januário em 1946. Foram 8 anos desfilando talento e honrando a cruz de malta.
No ano de 1947, Danilo ajudou o Vasco na conquista invicta do campeonato carioca com direito a goleada no flamengo: 5 a 2, e a maior goleada que o futebol carioca já viu: 14 a 1 sobre o Canto do Rio. Já em 1948, Danilo foi fundamental para a conquista do primeiro título internacional do futebol brasileiro: O Torneio Sul-Americano de Campeões, que o Vasco, com sua mania de pioneirismo, se prontificou a vencer.
“O Flamengo estava vencendo por 2 a 0, e Danilo desesperou-se. Passava em campo pela gente dizendo que o Flamengo não era de nada, que o Vasco tinha um timaço e podia estar perdendo de 5 a 0 e ainda virar o jogo. Antes de terminar o primeiro tempo, ele marcou o primeiro gol do Vasco. Veio com a bola embaixo do braço, e olhou para mim: ‘Eu não disse?’ No vestiário, ele repetiu o que havia dito em campo. Voltamos e demos a goleada. Foi o ano em que a torcida rubro-negra queimou a camisa do Jair (atacante do Flamengo que havia defendido o Vasco). Tudo por causa do Danilo.” Foi isso que Ademir Menezes disse sobre a goleada aplicada pelo Vasco sobre o Flamengo por 5 a 2 pelo carioca de 1949. Não podendo der diferente, o Vasco conquistou esse título novamente de maneira invicta, massacrando os adversários e consolidando-se como o futebol mais forte do Brasil. Ainda neste ano, Danilo conquistou, pela seleção brasileira, o título de campeão sul-americano.
Como nem tudo pode ser vitória, o Príncipe amargou a derrota na final da Copa do Mundo de 1950. Lamentou demasiadamente a derrota e foi hostilizado pelos moradores de sua vizinhança. Com essa derrota, o Expresso da Vitória, que era a base da seleção, começou o carioca com dificuldades. Enfrentou derrotas e provocações que fizeram com que o Vasco e Danilo se tornassem mais fortes para a conquista de mais um campeonato estadual. Em 1952, conquistou o último campeonato carioca pelo Vasco.
No início de 1953, Danilo, o Vasco e o expresso deram três títulos internacionais para o Vasco e sacramentaram o Expresso como o maior time de futebol que o Brasil já viu.
O apelido de “Príncipe”, dado pelo jornalista Oduvaldo Cozzi, remetia a categoria que apresentava dentro das 4 linhas. Danilo possuía uma alta capacidade de marcação aliada ao passe perfeito e à ampla visão nas jogadas. Além disso, existe a lenda de que Danilo era o único jogador da época capaz de matar a bola com o bico da chuteira. No fim, faltam palavras para descrever o Príncipe, mas um tal de Zagallo e um tal de Ademir Menezes tentaram:
“Danilo brilhou no Vasco e na seleção brasileira, mas era príncipe desde os tempos de América. Eu e meu pai o seguíamos aonde quer que fosse jogar.” Zagallo
“Era um craque perfeito, um fora de série. Os meus gols ficaram famosos, mas quem dava o passe na medida exata, em profundidade, de curva para iludir a defesa adversária, era Danilo. Palavra de honra: jogada no meio-campo, bola com Danilo Alvim lançando pra mim em velocidade, era meio gol. Diziam que a gente já entrava em campo ganhando de 1 a 0, e era verdade! A jogada de Danilo era mortal!” Ademir Menezes
Curiosidades:
-Danilo foi técnico da seleção Boliviana e conquistou o Campeonato Sul-Americano de 1963. Também como treinador ganhou três campeonatos estaduais pelo Remo e outro pela equipe de Itabaiana(SE).
-Um dos melhores amigos de Danilo dentro do futebol foi Zizinho. Os dois se conheceram antes de serem jogadores profissionais.
-Nos anos 1950, muitos jovens usavam o corte de cabelo a la “Príncipe Danilo”: bem curto, penteado para trás, com o contorno da nuca disfarçado.
-Danilo era um dos únicos capazes de aliar raça e classe. Sempre essencial em campo, foi definido como “jogador pra resolver problemas” pelo técnico Flávio Costa.
Fontes consultadas:
– Os dez mais do Vasco da Gama. Livro escrito por Rodrigo Tavares e Claudio Nogueira. Maquinária Editora.
– Portal Última Divisão
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