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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

VASCO 2017: LIVRO "100 ANOS DA TORCIDA VASCAÍNA", 1898 QUANDO TUDO COMEÇOU



Vasco 2017: Livro "100 anos da torcida vascaína", 1898 quando tudo começou

 “1498-1898 - Comemorações do IV Centenário do
                                      Descobrimento do Caminho das Índias por Vasco da Gama”.

1898 Quando Tudo Começou

A criação de um clube esportivo entre o final do século XIX e início do século XX seguia basicamente o mesmo roteiro: um grupo de jovens idealistas e praticantes de esportes se reunia e decidia fundar uma agremiação. Foi assim no Club de Regatas Botafogo, no América Football Club, no Fluminense Football Club e, também, no Club de Regatas Vasco da Gama.

O contexto histórico e social revela que não bastavam apenas generosas iniciativas individuais para que tal tipo de idéia se concretizasse. Era preciso que várias condições permitissem que simples idéias não se evaporassem ou tivessem curta duração.
O período entre 1890 e 1930 apresentava características próprias  que fizeram daquela época uma excelente oportunidade da proliferação da prática esportiva. A cidade do Rio de Janeiro vivia um processo acelerado de urbanização, em que se destacava uma transformação nos meios de transporte e um incremento nas atividades comerciais, além da multiplicação de indústrias. Tudo indicava que, segundo os mais otimistas, a cidade caminhava na direção das grandes metrópoles como Londres, Paris e Nova Iorque.
            Era a “modernidade” chegando de forma cada vez mais intensa. E praticar “Sport” era ser “moderno”. O remo principalmente e, depois, o futebol eram vistos como práticas associadas a um estilo de vida novo que trazia para a juventude carioca a esperança de estar contribuindo para a “construção do novo mundo”.
            Para o pesquisador da história do esporte no Rio de Janeiro, Victor Melo, o prestígio do remo e a grande popularidade alcançada por esta atividade física pode ser atribuída a vários fatores que levaram a ser o esporte preferido no início do século XX, superando todas as outras incipientes práticas esportivas, como o ciclismo e o football. O remo ”enfatizava uma nova estética corporal, uma preocupação renovada com a saúde, a busca de um estilo de vida ao ar livre, a competição, harmonia e coletividade”[1].
            Quando os quatro jovens praticantes de remo tiveram a idéia de criar o C. R. Vasco da Gama, logo eles receberam o apoio de dezenas de outras pessoas que se empenharam em levar adiante aquele desejo. Muitos deles nem eram praticantes de esportes, mas compartilhavam com os mesmos ideais daqueles jovens.
             A definição do nome do clube ficou estabelecida no dia de sua fundação (21 de agosto de 1898). Em seguida foi eleita uma diretoria e uma comissão para redigir o Estatuto. Como era comum à época foi convidada uma figura mais velha e com mais recursos, para presidir o clube: Francisco do Couto era escolhido como o primeiro presidente do clube.
            Localizado em um bairro popular no centro da cidade, a Saúde era uma região densamente povoada, com a presença de muitos imigrantes portugueses, mas também com uma forte presença de negros. Esta era uma diferença básica do Vasco para muitos outros clubes de remo, especialmente para aqueles localizados na Zona Sul. O perfil socioeconômico de seus atletas e dos associados era majoritariamente composto de portugueses ou filhos de imigrantes, quase todos eram trabalhadores do comércio. Enquanto os clubes de regatas da  Zona mais rica da cidade faziam questão de se apresentarem como aqueles que “reuniam os filhos das melhores famílias da cidade” e cobrando altas mensalidades, o Vasco, desde o começo, procurou ser um clube mais aberto e disposto a reunir uma população menos favorecida. A luta por manter o clube localizado no Centro e manter uma identidade menos elitista, não será uma questão menor, como veremos no ano seguinte.
Fonte: Livro “100 anos da Torcida Vascaína”, escrito pelo historiador Jorge Medeiros.

[1] MELO, Victor Andrade de. Cidade Sportiva. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.2001. p.155

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